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Ainda viva

A Casa de Cultura do Parque, situada no pitoresco bairro do Alto de Pinheiros, se prepara para receber uma exposição coletiva diversificada, trazendo à cena um grupo eclético de artistas contemporâneos. Com curadoria minuciosa de Paula Borghi e Bruna Costa, a exposição reúne um panorama de perspectivas artísticas, oferecendo aos visitantes uma oportunidade única de imersão no mundo da arte contemporânea.

A premissa inicial da exposição parte de uma investigação profunda sobre a natureza-morta, um tema historicamente entrelaçado com os simbolismos do “vanitas”. Esse conceito, enraizado nas tradições judaico-cristãs, evoca a noção de efemeridade da vida e da transitoriedade das coisas terrenas. No entanto, essa exposição propõe uma abordagem divergente, explorando como a natureza-morta pode ser lida por meio de diferentes prismas, rompendo com os paradigmas convencionais.

O projeto intitulado Ainda Viva se inspira no legado do renomado artista brasileiro Estevão Silva, uma figura única na cena artística nacional por ser o primeiro e único artista acadêmico negro a ser reconhecido em vida por sua expressiva produção de naturezas-mortas. Uma anedota intrigante permeia sua obra: a de que ele colocava uma fruta por trás de suas telas, proporcionando ao público uma experiência sensorial completa e imersiva. Essa história, independentemente de sua veracidade, acrescenta camadas reflexivas à pintura, transformando-a em um evento quase-instalativo, efêmero e emblemático da metamorfose da vida.

A exposição reúne um elenco impressionante de artistas contemporâneos, cada um contribuindo com suas interpretações singulares sobre o tema. De Adriano Costa a Zé Carlos Garcia, a mostra abraça uma variedade de expressões artísticas, desde a pintura até a instalação, da escultura à performance. Cada artista traz consigo um olhar distinto sobre a natureza-morta, explorando sua riqueza simbólica e sua capacidade de transcender as limitações tradicionais.

A curadoria de Paula Borghi e Bruna Costa possibilita um diálogo intrigante entre as obras, provocando reflexões sobre a transformação da vida, o efêmero e as múltiplas camadas de significado que podem ser encontradas na aparente quietude das naturezas-mortas. Ao apresentar obras que abrangem uma gama de perspectivas culturais, geográficas e estilísticas, a exposição revela como o conceito de “ainda viva” pode ser interpretado de maneiras diversas e fascinantes.

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