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Amálgama do tempo

Em cada instante, somos o amálgama do que fomos nos instantes anteriores. A certeza possível é de que eu era, mas não faço ideia do que ainda serei.”. Partindo desta reflexão, inscrita no texto de Paula Braga, a exposição ‘Amálgama do tempo’ analisa as transformações do tempo e a concepção material do “eu”. 

A exposição coletiva, que abre no dia 15 de outubro, a partir de 11h, na Casa de Cultura do Parque, compõe o III Ciclo Expositivo 2022 e apresenta uma seleção de obras dos artistas que dialogam com o tema e trazem à tona a poética das mutações daquilo que é sólido, líquido e gasoso. 

Em ‘Amálgama do Tempo’, três artistas que transitam por diferentes linguagens e, também, que iniciam suas carreiras em períodos distintos, se fundem e se entrelaçam, de modo atemporal, em busca de uma poética que tenta dar conta da concepção daquilo que se compreende como Tempo. 

Para além disso, esta reflexão nos conduz a um deslocamento entre o fazer, o pensar e o lugar no mundo que essas obras ocupam e o que as conectam; pinturas, desenhos e esculturas, que hora são realizados em materiais moles, como cera, argila, papel, tecidos, hora em matérias fundidas em bronze e ainda em madeira ou concreto, mostrando um rico inventário de ações. O diálogo da obra dos três artistas, que não transitam num campo restrito às possibilidades plásticas, visa afirmar a potência de cada um deles no campo da experiência e fruição de suas pesquisas.

A exposição será exibida em consonância com outras duas exposições da Casa de Cultura do Parque: Domingo, individual de Leandro Muniz, compondo os projeto 280×1020 e NoDeck e Hoshigaki, de Mariana Serri, que ocupará o espaço Gabinete.

 

José Spaniol

José Spaniol é artista plástico e professor doutor do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Entre 1990 e 1993, estudou na Academia de Artes de Düsseldorf, Alemanha, como bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico. Em 1999, ganhou a Bolsa Virtuose do Ministério da Cultura para cumprir período de residência no European Ceramics Work Center, na Holanda. A produção inicial do artista parte de referências a objetos cotidianos, como portões, balões ou cartazes de rua, e estabelece uma troca entre a função utilitária e a poética. Desde os anos 1990, explora a relação que suas obras estabelecem com a arquitetura e os locais expositivos.

Tiago Mestre

Radicado em São Paulo há cerca de doze anos, Tiago Mestre desenvolveu seu trabalho entre a pintura, a escultura e a instalação, meios através dos quais explora sua formação inicial em arquitetura incorporada às linguagens da arte contemporânea. Complementar à sua formação, realizou residências em instituições brasileiras e internacionais, como Gasworks, com a bolsa Fundação Calouste Gulbenkian (Londres, 2019), Kaaysá – Art Residency (Boiçucanga, 2018) e PIVÔ-Arte e Pesquisa (São Paulo, 2016).

Flávia Ribeiro

Flavia Ribeiro examina em seus trabalhos as possibilidades plásticas e simbólicas da matéria. Seu processo, insistente no dissecar dos objetos até que se revelem suas estruturas básicas, parece seguir a cadência dos mantras, esses que se sustentam pela ordem da repetição e do movimento circular. O círculo, aliás, é uma das formas frequentes nos trabalhos de Ribeiro, ele pode até saltar do plano, e sob a ação do gesto da mão, levar suas marcas, ganhando a estatura de uma esfera irregular. Flávia Ribeiro frequentou a Escola Brasil, no início dos anos 1970, onde foi aluna de Carlos Fajardo, José Resende, Frederico Nasser e Luiz Paulo Baravelli. Em 1978, mudou-se para Londres, onde frequentou o curso de gravura na Slade School of Fine Art. Posteriormente, em 1996, voltou a morar em Londres com o apoio da Fundação Vitae e do British Council.

 

Este Ciclo Expositivo é realizado pela Casa de Cultura do Parque e viabilizados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

 

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