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Arqueologias do vivente

No próximo sábado, dia 4 de maio, a Casa de Cultura do Parque inaugura individual da artista visual Ana Kesselring. Apresentada no espaço expositivo externo da Casa, a exposição Arqueologias do Vivente evoca a ideia de corpo expandido. Trata-se de um conjunto de esculturas de cerâmicas, com formas que remetem à anatomia de entranhas, e reflete a pesquisa da artista sobre a interdependência dos corpos no mundo, ainda que não apenas humanos, mas também vegetal e mineral – corpos viventes.

“As colunas cerâmicas de Ana Kesselring ressoam vestígios de antigas civilizações”, escreve Ana Avelar no texto crítico da exposição. “Como lembranças de uma sociedade – ficcional ou não –, são empilhamentos de fragmentos fatiados, nos quais formas de seios encontram corais e conchas. São camadas que misturam tempos históricos e narrativas míticas. Dado o tratamento das peças, resulta um aspecto visual, por vezes, semelhante àquele decorrente da oxidação; por vezes, ao efeito de fungos, que costumam revestir de tempo objetos esquecidos. Lisos e rugosos; ásperos, opacos e brilhantes. Relevos acompanham as colunas, seguindo os mesmos procedimentos de fatiar e empilhar. Tais tridimensionais, pela tatilidade visual, tocam a experiência do corpo. ”

 

Ana Kesselring

Ana Kesselring vem desenvolvendo um trabalho que se foca na compreensão e representação de uma noção de corpo expandido. O corpo, no caso de sua pesquisa, engloba o humano - na maior parte das vezes feminino - mas também o corpo animal, vegetal e mineral. Buscando maneiras de amalgamar esses elementos diversos, de forma a refletir a interdependência dos corpos do mundo e a interligação de todas as espécies viventes. Os trabalhos são constantemente fragmentados, de forma a evidenciar uma vontade de unir, mas também a dificuldade para tanto. Ana Kesselring usa várias técnicas,entre elas cerâmica, gravura, pintura, desenho, fotografia.

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