Claro enigma é uma das obras do período mais maduro de Carlos Drummond de Andrade. Para analisar esta publicação de 1951, que é leitura obrigatória para a prova de Literatura na Fuvest, o Prosa do vestibular convidou o professor Victor Garofano. O livro mostra uma face mais indecifrável de Drummond, já menos esperançoso do que nas obras inaugurais como Alguma poesia e Rosa do povo. Em Claro enigma, o autor abre espaço para uma nova abordagem do mundo, mais subjetiva, mais negativa e, como o título sugere, mas enigmática. Não só muda a perspectiva do autor em relação aos problemas do mundo, mas também a própria forma poética readquire aspectos mais clássicos, retomando a métrica e a rima, mas nem por isso deixando de carregar conteúdos contundentes que dizem muito sobre o momento histórico de um Brasil em transição política e de um mundo se recuperando de uma guerra mundial.
Victor Garofano é bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo. Atua como pesquisador de literatura hispano-americana com foco em literatura caribenha e é professor de literatura brasileira e língua portuguesa em Mestres Pedagógicos.