Sábado, dia 7 de dezembro, a Casa de Cultura do Parque convida para o encontro Na Roda do III Ciclo Expositivo 2024, uma conversa sobre a exposição coletiva Ainda viva, com as curadoras Bruna Costa e Paula Borghi.
Em cartaz na Galeria do Parque até 23 de fevereiro de 2025, a exposicão coletiva propõe uma releitura da natureza-morta, gênero histórico da arte que remonta a Grécia Antiga e ao conceito de “vanitas”. A expressão, que tem origem bíblica e significa “vaidade de vaidades”, é atribuída a imagens que criticam a frivolidade humana, utilizando símbolos que representam a fragilidade da vida e que nos lembram que os bens materiais são insignificantes diante da morte.
“Se o valor simbólico das pinturas de natureza-morta está muito atrelado ao vanitas, seguindo a ideia de morte pela tradição judaico-cristãs que constitui a base do pensamento ocidental, na contramão é possível adentrar a recente História da Arte Contemporânea e perceber como este tema muitas vezes pode estar associado a outras leituras. É a isso que esta exposição se propõe”, definem as curadoras.
Tomando estas referências histórico-artísticas, a mostra gira em torno do uso de frutas in natura na arte contemporânea, “pensando a fruta como símbolo fundamental da natureza humana, permeando diversos aspectos: alimentação, erotismo, vida-morte, entre outros”, elas contam.
O ponto de partida curatorial é a obra de Estevão Silva, primeiro e único artista acadêmico brasileiro negro reconhecido em vida por sua produção pictórica de natureza-morta. “Conta-se que o artista colocava uma fruta atrás de suas telas para que o público pudesse sentir o cheiro de suas imagens. Verdade ou não, esta informação acrescenta na pintura outras camadas reflexivas, como um caráter instalativo, efêmero e de plena transformação da vida”, refletem.
A partir da “provocação que os rumores sobre a obra de Estevão Silva nos desperta”, a exposição apresenta trabalhos que contém frutas como matéria prima que se modificarão ao longo da exposição, acompanhando a passagem do tempo e a transformação da vida.
Dentre as frutas que compõem a mostra, destaca-se a melancia, símbolo da resistência palestina desde a proibição das cores de sua bandeira em 1980. Essa fruta será trocada periodicamente na entrada do espaço expositivo, como uma “alegoria da vida” e um manifesto em apoio ao povo palestino. A curadoria da exposição se posiciona abertamente em favor da causa.
Participam da exposição: Ana Linnemann (RJ) + Pat Kilgore (EUA), Bruno Faria (PE), Camila Moreira (MG), Carol Azevedo (PE), Darks Miranda (RJ), Ernesto Neto (RJ), Herbert De Paz (RJ), João Livra (SP), João Porto (RJ), Leandra Espírito Santo (RJ), Karlla Girotto (SP), Mônica Coster (SP), Nati Canto (SP), Nydia Negromonte (MG), Paulo Nazareth (MG), Xico Chaves (MG), Zé Carlos Garcia (SE) e Zé Tepedino (RJ).
O encontro oferece uma oportunidade para discutir as exposições em cartaz na Casa, refletir sobre os processos criativos dos participantes e explorar os diálogos entre as obras apresentadas. Na mesma ocasião acontece a performance Sobre ela da artista Carol Azevedo
Aproveite também para visitar a exposição, que ficam em cartaz até o dia 23 de fevereiro de 2025.
Na Roda | Com Bruna Costa e Paula Borghi, curadoras da exposição Ainda viva
Data: Sábado, 7 de dezembro.
Horário: 16h
Performance | Sobre ela de Carol Azevedo
Data: Sábado, 7 de dezembro.
Horário: 17h
Local: Casa de Cultura do Parque
A participação é gratuita e não precisa se inscrever. Venha!