Com o propósito de refletir sobre este marco da história recente do país, convidamos o filósofo e professor Paulo Arantes e a ativista e comunicadora Andreza Delgado para um debate sobre o que motivou e quais foram os efeitos das Jornadas de Junho de 2013.
A partir da conversa, esperamos suscitar reflexões e olhar para Junho de 2013 como uma base para interpretar tanto a crise política que se desencadeou no país quanto questões de violência policial e justiça criminal, retomando também o caso Rafael Braga.
24
JUN
Dez anos das Jornadas de Junho de 2013
- Sábado
- 15h
- Com Andreza Delgado e Paulo Arantes
Junho de 2013 é uma narrativa em disputa. Há quem defenda que as manifestações eram sintoma de uma crise urbana aguda, que refletia as desigualdades sociais, cuja faísca estava no direito à cidade e seu estopim uma diferença brutal de classe entre periferia e centro. Outros disseram ser a ruptura da nova República, em análise política mais ampla.
Sobre os convidados:
Andreza Delgado
Diretora Criativa na Irmãos Delgado, hub criativo que cria estratégia de comunicação e cobertura para shows e festivais. Sócia fundadora da Perifacon, a primeira convenção nerd das favelas, criadora do Portal Perifacon, voltado para cultura POP. Uma das responsáveis pela Copa das Favelas, evento de esportes eletrônicos voltado para a periferia, premiado em 2021 como melhor projeto social geek.Fundadora da Gamer Perifa, iniciativa que democratiza os games. Trabalha como curadora e chegou a ser premiada pela campanha na qual participou Vivo: Fábulas da Conexão. Também é apresentadora do podcast Lança a Braba.
Paulo Arantes
Paulo Eduardo Arantes nasceu em São Paulo, em 1942. Chegou a cursar Física na USP ao mesmo tempo em que se dedicava ao movimento estudantil. Em meados dos anos 60, estudou Filosofia na FFLCH-USP e teve aulas com Bento Prado Jr., Ruy Fausto e José Arthur Giannotti. Após Doutorado pela Universidade de Paris IV, foi professor no Departamento de Filosofia na Universidade de São Paulo e dirigiu a Revista Discurso entre 1976 e 1991. Publicou, entre vários títulos de destaque, Hegel: a ordem do tempo (1981), Um departamento francês de ultramar: estudos sobre a formação da cultura filosófica uspiana (1994), Ressentimento da Dialética. Dialética e experiência intelectual em Hegel. Antigos estudos sobre o ABC da miséria alemã (1996). Seus mais recentes livros são O novo tempo do mundo e outros estudos sobre a era da emergência (2014), Formação e Desconstrução: uma visita ao Museu da Ideologia Francesa (2021).