O fiar – pontos, nós, corte

Daniel Albuquerque, João Modé, Madalena Santos Reinbolt, Marina Weffort e Sofia Lotti

Icone Calendar Clock 22/03/2025 até 29/06/2025

A Casa de Cultura do Parque tem o prazer de apresentar, de 22 de março a 29 de junho de 2025, seu I Ciclo Expositivo que reúne obras que desafiam as tradições da pintura, fotografia e produção têxtil. 

No espaço da Galeria do Parque, a exposição coletiva “O fiar – pontos, nós, corte” reúne obras de Daniel Albuquerque, João Modé, Madalena Santos Reinbolt, Marina Weffort e Sofia Lotti – artistas que desafiam os limites de processos e materiais têxteis.

Utilizando elementos próprios desse universo, as obras deslocam o gesto doméstico, artesanal, manual e utilitário para o campo artístico. Lã, linha, fibra, tecido, agulha, tricô, crochê e bordado, dessa forma, reconfiguram-se em forma de abstração, pincelada, paisagem, suporte e intervenção arquitetônica através de operações instalativas e procedimentos poéticos que revelam a potência pictórica desses materiais.

 



 

O fiar – pontos, nós, corte –, a mão e o tecido entremeados alinhavavam o mundo estranho e por vir: e não é assim que se tecem os dias passados e os dias à frente?

(Itamar Vieira Junior. Salvar o Fogo, 2023, p. 315).

 

A exposição “O fiar – pontos, nós, corte” reúne trabalhos de cinco artistas que lidam com as artes têxteis. O bordado, o tricô, a costura e a trama são fins mas também veículos para os gestos de cada artista, que oscilam entre o bidimensional e o espacial, a tensão e a fluidez, entre o controle do projeto e graus variados de abertura para as contingências.

Articulando os trabalhos e o espaço expositivo, estão as peças de João Modé, que tensionam tecidos e fibras, ligando pontos distintos e estabelecendo diálogos entre formas, lugares e indivíduos. Um gesto que atravessa o espaço e costura relações, propondo novas formas de percepção e encontros.

As figuras da tapeçaria e dos bordados de Madalena Santos Reinbolt tremulam em nossos olhos, de onde pululam humanos e animais que, ao mesmo tempo que se repetem, são únicos. São narrativas nas quais paisagens emergem de um repertório sem estudos prévios, guiadas por memórias dos lugares onde a artista viveu. 

Soffia Lotti também manipula memórias. Ela revisita seus álbuns digitais e reelabora este repertório, valendo-se de céus, copas de árvores, plantas forrageiras como assunto para criar amplos campos de cor. Partindo de um suporte inicialmente plano como a talagarça, Soffia criou um expediente que resulta em topografias de lã a partir de abaulamentos frutos das tensões criadas pelos seus nós, que tencionam e repuxam o suporte, engendrando situações de improviso com os materiais.

Os tricôs de Daniel Albuquerque, por sua vez, mobilizam um repertório do cuidado, de dobrar como gesto de atenção, afeto, de convívio. O tricô, usualmente associado à flexibilidade e ao aconchego, aqui também se assume elemento escultórico, construindo topologias e geometrias antimonumentais. Suas peças se realizam ao responderem aos pontos de contato com o suporte, demandando das linhas retas uma curvatura em negociação com a gravidade. A recente introdução de quartzos em seus trabalhos traz um quê de cuidado, como um lenço que alguém coloca no bolso esquerdo de uma camisa dobrada.

Por meio de um profundo domínio do voil, Marina Weffort executa jogos de restrição, retesando o tecido e obtendo da própria trama suas possibilidades: esculpe vazios, cria linhas ortogonais, solta outras partes e assim revela volumetrias sutis que se alteram ante o movimento dos ventos, as mudanças de luz, ou se arrepiam com o ar seco.

Seja por meio de gestos de retirada e seleção, como cortar, pinçar e extrair; ou pela soma, acúmulo e entrelaçamento, o ato de bordar se desdobra como um gesto que também é linha do tempo. Cada ponto se anuncia como vestígio, cada nó, um instante de hesitação ou decisão. Há margem de erro, improviso, intenção e acaso. Entre pontos, nós e cortes, inscreve-se um tempo próprio — feito de repetições e variações de materiais muitas vezes domésticos, ordinários, cotidianos.

Diego Mauro


As mostras do I Ciclo Expositivo 2025 têm direção artística de Claudio Cretti, idealização do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) e sua realização conta com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Abertura: 22 de março de 2025, sábado, das 14h às 18h

Visitação: 22 de março a 29 de junho de 2025

Quarta a domingo, das 11h às 18h

ATIVIDADES RELACIONADAS

presencial destaques exposições

DANDO BANDEIRA | EMBANDEIRADA

Mônica Schoenacker

Icone Calendar Clock 26/04/2025 até 31/08/2025

Para o projeto Dando Bandeira, a Casa de Cultura do Parque hasteia novas bandeiras na fachada com "embandeirada", de Mônica Schoenacker. Arquiteta formada pela FAUUSP e mestre em printmaking pelo Royal College of Art, em Londres, Mônica transita entre processos gráficos artesanais e industriais no universo da arte e do design.continue lendo +

presencial destaques

OFICINAS EDUCATIVAS DE ABRIL

Icone Calendar Clock 05/04/2025 até 19/04/2025 - 11h30

Com foco na difusão da arte contemporânea, da experimentação de linguagens e pluralidade de ideias, a Casa de Cultura do Parque é um centro cultural que articula diferentes gerações nos seus cursos e atividades, despertando em seu público o senso crítico e estético.continue lendo +

presencial destaques exposições

Boca do mundo

Fábio Menino

Icone Calendar Clock 22/03/2025 até 29/06/2025

Em "Boca do mundo", apresentada por Fábio Menino (São Paulo, SP, 1989) no Projeto 280x1020, traz pinturas que desafiam a representação convencional de objetos cotidianos. Estes últimos, frequentemente ferramentas de trabalho, ganham uma nova dignidade, revelando relações sociais e uma visão humanizada do mundo industrializado. A combinação de óleo e cera de abelha confere às telas um caráter rústico, em contraste com a estética contemporânea predominante. continue lendo +

presencial destaques exposições

Disparate

Helena Martins-Costa

Icone Calendar Clock 22/03/2025 até 29/06/2025

Em Disparate, mostra apresentada no Gabinete, Helena Martins-Costa (Porto Alegre, RS, 1969) manipula fotografias de arquivo e frames de vídeo, decapitando figuras, criando novas anatomias e utilizando o preto e branco para conferir um novo significado a imagens do passado. As figuras quadrúpedes, que a própria artista define como "monstros", remetem aos horrores grotescos de Goya – mestre da luz e das trevas, nas palavras de Charles Baudelaire – borrando a linha entre real e fantástico. continue lendo +

novidades da casa em primeira mão
Receba nossa newsletter

A Casa de Cultura do Parque fica em frente ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo

Av. Professor Fonseca Rodrigues, 1300 Alto de Pinheiros, São Paulo

ABERTA AO PÚBLICO DE QUARTA A DOMINGO, DAS 11H ÀS 18H

Icone sol

ENTRADAGRATUITA

Icone cadeirante

RAMPA ACESSÍVEL

Icone de wif gratuito

WI-FI GRATUITO

COMO CHEGAR NA
CASA DE CULTURA DO PARQUE

Icone de ônibus

ÔNIBUS

958P-10 [Itaim Bibi – Jardim Nardini] e 957T-10 [Itaim Bibi – Cohab Taipas] – as duas linhas passam no Largo da Batata | Metrô Faria Lima

Icone de metrô

METRÔ

Linha amarela | descer na estação Faria Lima e pegar ônibus da linha 875C-1 [Terminal Lapa]

Icone de trem da CPTM

CPTM

Estação Villa-Lobos Jaguaré, atravessando o Parque Villa-Lobos a pé [cerca de 30 minutos]

Icone de bicicleta

BICICLETA

É possível chegar à Casa pela ciclovia que integra as avenidas Faria Lima – Pedroso de Morais – Professor Fonseca Rodrigues, que passa em frente ao portão de entrada

Icone de taxi

TAXI | APP

Digite Casa de Cultura do Parque no campo de destino do seu aplicativo preferido

Icone de placa

NÃO TEMOS ESTACIONAMENTO

Seu evento aqui na Casa

Envolta por arte e natureza, a Casa de Cultura do Parque oferece espaços exclusivos para o seu evento!