Para abrir o ciclo expositivo do Deck de 2023, Jp Accacio apresenta “TOMADA”, uma instalação que parte de pesquisas do artista transmídia sobre o encontro de tecnologias e inteligências humanas com as do universo vegetal, com texto de Lucas Bambozzi.
“TOMADA” é um conjunto de obras que Jp Accacio define como um Laboratório Experimental Vivo, subtítulo da instalação, em que a coexistência de plantas e componentes eletrônicos tensiona os conceitos de vida e morte. Os trabalhos de Jp Accacio refletem a atração que o artista sente por plantas, que formam o que ele descreve como um ciclo perfeito, em que a comunicação é constante e não há desperdício, ao contrário dos corriqueiros bugs e a emergência de lixo gerados pelas tecnologias humanas.
Em curso desde 2020, a pesquisa sobre “TOMADA” começou no quintal do ateliê de Accacio. Somando peças obsoletas encontradas pela casa, doações de amigos e lixo eletrônico encontrado na rua, o artista começou a construir a série “Jardim-Cemitério”, utilizando carcaças de equipamentos eletrônicos sucateados e plantas vivas. No entanto, na obra, a vida não se restringe apenas aos seres vegetais: na montagem para a Casa de Cultura do Parque, Jp Accacio também deixará ligados monitores de TV e caixas de som. Além da tensão sobre vida e morte, emerge também uma questão sobre resistência: quem sobrevive mais tempo em condições adversas?
Jp Accacio
Circulando em mostras individuais e coletivas desde 2008, as obras de Jp Accacio já passaram pelo Memorial da América Latina, Funarte, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), Pinacoteca de São Bernardo do Campo, SESC, Red Bull Station e Paadmaan Projects. Com uma linguagem profusa, que vai da fotografia à instalação, da performance a artes gráficas, Jp Accacio investiga as possibilidades de diálogo envolvendo elementos naturais e eletrônicos.